⁠A queda é a resposta A queda nem sempre é castig… Samia Lourena

⁠A queda é a resposta

A queda nem sempre é castigo, às vezes, é resposta.
O eco dos erros volta, sussurrando em meio à poeira,
contando segredos que as bocas negam.

Alguns passos tropeçaram não porque o caminho era torto,
mas porque o orgulho era alto demais para olhar onde pisavam.
Nem toda lágrima lava a culpa, nem todo lamento pede perdão.
Há quem chore não por arrependimento, mas por ter sido pego pelo peso da própria ingratidão.

Aquele que está no chão não caiu por acaso.
Alguns desceram degrau por degrau, erguendo muros de descaso,
plantando ausências e escolhendo silêncios onde cabiam abraços.

No chão, há histórias que não se contam apenas com olhares de pena.
Cada queda carrega o peso das escolhas, um rastro de palavras não ditas,
de gestos que ferem mais que facas.

Não é o acaso que dita a profundidade de onde alguém se encontra.
São as suas próprias mãos que se fecham, seus próprios passos que se desviaram,
Seu coração que esqueceu de agradecer, de ver, de sentir.

As marcas no corpo e na alma não são apenas cicatrizes,
são lembretes de que a ingratidão é um abismo que se abre devagar,
engolindo quem não percebe o valor do que tinha, do que perdeu.

Não se deixe levar pela aparência de quem parece pequeno demais.
A queda não é um acidente, é um espelho.
E nele, muitas vezes, o que se reflete é o que faltou:
gratidão, cuidado, um olhar que soubesse enxergar além do próprio umbigo.

Então, antes de estender a mão, pergunte-se:
quem realmente merece ser levantado?

Não se deixe enganar pela cara de coitadinho.
Nem toda dor redime, nem todo pranto merece compaixão.
A queda nem sempre é injusta.
Às vezes, é apenas a resposta!

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