Com tantas “lideranças religiosas” mais preocupad… Alessandro Teodoro
Com tantas “lideranças religiosas” mais preocupadas em fazer política do que evangelizar, tomara que ninguém espere encontrar toda essa permissividade escatológica lá no céu.
Quase sempre mais empenhadas em conquistar palanques do que corações, é natural que alguns confundam fé com estratégia e altar com palco.
Mas o risco maior não está apenas no que se faz aqui, e sim no que se passa a acreditar: que a permissividade, a manipulação e o jogo de interesses poderiam ter algum espaço no céu.
O céu — seja entendido como metáfora de transcendência ou esperança — não se molda aos desvios humanos.
Ele não precisa de campanhas, slogans ou acordos.
Ali não se barganha silêncios, não se negocia salvação e nem se legitima vaidade em nome de Deus.
Tomara mesmo que ninguém espere encontrar lá a mesma mistura de poder e conveniência que alguns apaixonados cultivam cá.
Que a expectativa do sagrado permaneça alta o bastante para nos lembrar que espiritualidade não se mede por seguidores, mas por verdade; não por palanque, mas por compaixão; não por permissividade, mas por integridade.
E que, diante de tantas distorções e adequações, ainda caiba em nós o desejo de uma fé que não se deixa contaminar — e de um céu que não se pareça, nem de longe, com os arranjos terrenos.