Com 14 eleitos, fundador do MBL comemora eleição: ‘Histórico para a gente’

Perto de completar dez anos de existência, o Movimento Brasil Livre (MBL) conseguiu seu melhor resultado em eleições no último domingo, 6, no primeiro turno do pleito municipal de 2024. Na primeira vez em que usou o fundo eleitoral partidário, chamado de Fundão Eleitoral, o grupo fundado por Renan Santos elegeu 13 vereadores e uma vice-prefeita, no entanto, o líder não atribui o resultado apenas ao apoio financeiro. 

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“Foi um ótimo resultado, realmente, na primeira eleição em que usamos o fundo”, afirmou Renan a Oeste. “Tem a ver com o uso do Fundão de um lado? Tem, mas outros nomes da direita também usaram, e não se elegeram. Acho que tem mais a ver com a construção breve que a gente fez no começo da Academia MBL.” 

A Academia MBL é um curso preparatório, disponível pela internet a quem quiser comprar. Conforme a página de venda, o material tem por finalidade preparar e formar líderes, os quais podem ser novos nomes para cargos eletivos e porta-vozes do movimento. 

Além da quantidade de eleitos, o MBL conseguiu extrapolar os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde é mais conhecido e tem maior influência. Além desses territórios, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina terão integrantes do MBL em Câmaras Municipais. No fim do texto, Oeste lista todos os eleitos do MBL no primeiro turno. 

O resultado do MBL fora do ‘eixo Rio–São Paulo’

Renan contou a Oeste que o resultado não foi por acaso. Nos últimos três anos, o MBL articulou o plano de sair da lógica paulista e carioca, e o presidente está contente até com algumas derrotas, já que, segundo ele, “a sacada está no bom desempenho dos não eleitos”. 

“A gente botou na cabeça que precisava crescer para fora de São Paulo e Rio de Janeiro e criar lideranças”, contou. “Esse é um trabalho que a gente começou em 2021 e viu os frutos em 2023, com as novas liderança conseguindo seguidores e fazendo barulho. Mas acho que a sacada está nos não eleitos também, com os quais a gente teve um bom desempenho.” 

Leia também: “O cálice eleitoral”, artigo de Guilherme Fiuza publicado na Edição 237 da Revista Oeste

Entre esses não eleitos com bom desempenho, ele também cita cidades fora de São Paulo, como Recife, Fortaleza, Aracaju e Lauro de Freitas (BA). No entanto, o presidente do movimento cita problemas diferentes que impedem o MBL de crescer em regiões como o Nordeste e o Sul. 

Cultura de benefício, no Nordeste, e rigidez de apoiadores de Bolsonaro, no Sul

Na leitura de Renan Santos, a cultura de compra e venda de votos e o histórico petista atrapalham no Nordeste. Além disso, a rigidez de apoiadores de Jair Bolsonaro em locais do Paraná dificulta o MBL a crescer. Apesar disso, ele vê o resultado nessas regiões de maneira positiva. 

“No Nordeste, as pessoas não doam, especialmente a classe média, essa cultura não existe”, disse Renan. “Pelo contrário, no Nordeste, tem uma cultura de compra de voto muito comum. A gente faz eventos de política pagos por lá, como o Congresso MBL, e as pessoas não entendem que tem que pagar.” 

Já em outros locais, com o interior do Paraná, o MBL enfrenta a rigidez da direita apoiadora de Jair Bolsonaro. Nas eleições de 2022, o movimento liberal de direita não alinhou seu público a votar nem em Luiz Inácio Lula da Silva nem em Jair Bolsonaro, num cultivo ao voto branco ou nulo — uma posição que, para ele, “eliminou qualquer sonho de construção de independência diante das estruturas Lula e Bolsonaro”. 

“Se no Nordeste tem o petismo, no interior do Paraná, a gente tem um problema que é um bolsonarismo muito forte e refratário ao MBL”, afirmou. “Apesar disso, a gente quase ganhou em Londrina, com um cara que saiu pelo PSDB; nós ganhamos em Joinville… Então tanto para um lado quanto para o outro, a gente cravou um espaço, e isso é histórico para a gente.”  

Confira os integrantes do MBL eleitos em 2024

Vereadores (13)


Matheus Faustino (União) – Natal (RN) 


Sandro Filho (PP) – Salvador (BA)

Luana Silva (Pode) – Chapada Gaúcha (MG)

Israel Russo (União) – Pouso Alegre (MG)

Pedro Duarte (Novo) – Rio de Janeiro (RJ)

Ítalo Moreira (União) – Sorocaba (SP)

Gabriel Tomazini (PRD) – São Luís do Paraitinga (SP)

Amanda Vettorazzo (União) – São Paulo (SP)

Lucas Pires (Pode) – Ibiúna (SP)

Bruno Zancheta (Republicanos) – São Carlos (SP) 

Paulo Filipe (União) – Cruzeiro (SP)

João Bettega (União) – Curitiba (PR)

Mateus Batista (União) – Joinville (SC)

Vice-prefeita (1)


Juliana Lima (PSD) – Meridiano (SP)

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