Voto em Boulos ‘custou’ duas vezes mais que o voto em Nunes; entenda

Um levantamento do economista Samy Dana revelou que o voto no candidato Guilherme Boulos (Psol) “custou” cerca do dobro do voto no prefeito reeleito, Ricardo Nunes (MDB), na disputa à Prefeitura de São Paulo.

Nunes investiu R$ 51,5 milhões em sua campanha e conquistou 3,3 milhões de votos. A proporção é de R$ 15,19 a cada voto obtido. Já Boulos gastou R$ 81,2 milhões durante a campanha, mas conseguiu apenas 2,3 milhões de votos. Isso representa mais que o dobro do valor de seu adversário: R$ 34,95 por voto.

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As maiores fontes de financiamento da campanha de Nunes foram os fundos partidários de sua sigla, o MDB, que lhe destinou R$ 18 milhões, e do PL, que doou R$ 17 milhões. O restante dos valores é oriundo de outros partidos da coligação e doações privadas.

Na campanha de Boulos, os maiores valores vieram do fundo partidário do PT, sigla de sua candidata a vice, Marta Suplicy, que doou R$ 44,1 milhões. Seu próprio partido, o Psol, doou menos: R$ 36 milhões. Assim como nas contas de Nunes, o restante dos valores representa doações privadas e fundos de financiamento coletivo.

Em ambas as campanhas, os maiores gastos se concentram em “serviços prestados por terceiros”, categoria genérica que contempla as mais diversas atividades, desde serviços de panfletagem até consultoria em marketing digital e eleitoral. No caso de Nunes, foram R$ 17,4 milhões gastos nesta categoria; na campanha de Boulos, foram R$ 43,3 milhões.

A empresa com o maior contrato na campanha de Nunes foi a produtora M Studio Produções Cinematográficas, que recebeu R$ 5 milhões. Em segundo lugar, surge a F.A.R.O Propaganda e Publicidade, com R$ 4,9 milhões. A campanha de Boulos, por sua vez, contratou a agência Janela Comunicação por R$ 12 milhões. Na sequência, impulsionamentos no Facebook e Instagram custaram R$ 8,8 milhões ao psolista.

Nas eleições de 2020, Boulos gastou R$ 7,7 milhões em sua campanha — ou seja, seis vezes menos do que na campanha deste ano. Nunes, por sua vez, foi candidato a vice na chapa de Bruno Covas, que gastou R$ 20,2 milhões em sua campanha, cerca de 2,5 vezes menos. Todos os dados são da plataforma DivulgaCandContas, do Tribunal Superior Eleitoral.

Ricardo Nunes conquistou a reeleição contra Guilherme Boulos

A partir de 2025, o prefeito de São Paulo será o mesmo de 2024: Ricardo Nunes. O emedebista superou o deputado federal Guilherme Boulos em número de votos e, dessa forma, conquistou sua reeleição.

Conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral, Nunes somou 59,35% dos votos válidos. Boulos, por sua vez, teve 40,65%. No primeiro turno, Nunes já havia superado Boulos, mas por menos de 0,5 ponto porcentual: 29,48% a 29,07%. Fora do segundo turno, Pablo Marçal (PRTB) ficou na terceira colocação, com 28,14% dos votos válidos.

Para a disputa eleitoral deste ano, Ricardo Nunes liderou a coligação denominada “Caminho seguro pra São Paulo”. Com Coronel Mello Araújo, do Partido Liberal, como candidato a vice-prefeito, a aliança foi composta por 11 partidos: MDB, PL, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Mobiliza e União Brasil.

A vitória de Ricardo Nunes confirma o que o Paraná Pesquisas indicou ao decorrer da campanha eleitoral. Conforme o instituto, em projeções de confronto para o segundo turno, ele sempre esteve à frente do candidato do Psol. No levantamento da última sexta-feira antes do pleito, o prefeito registrou 51,2% das intenções de voto. Assim, abriu mais de dez pontos de vantagem sobre Boulos, que aparecia com 40,7%.

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