MST critica governo Lula por lentidão na reforma agrária
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) está insatisfeito com as metas de assentamento que o governo Lula apresentou até agora. Do mesmo modo, a classe critica as políticas destinadas aos pequenos produtores rurais.
Desde o início do 3º mandato do presidente Lula da Silva, o MST se manifesta descontente com o ritmo lento da reforma agrária e principalmente com nomeações desfavoráveis em cargos estratégicos, como na superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
MST exige mais agilidade
Braço político do Partido dos Trabalhadores (PT), o movimento cobra maior agilidade na implementação de políticas de regularização fundiária e ampliação da reforma agrária. Em abril, o governo federal lançou o programa Terra da Gente, pelo qual pretendia destinar terras improdutivas à reforma agrária.
Setores do governo e do próprio MST viram a medida como uma resposta às críticas do movimento e, assim, um tipo de reação às invasões durante o “Abril Vermelho”. O esforço da equipe de Lula, contudo, não foi suficiente para amenizar a frustração dos líderes dos Sem-Terra.
Em entrevista ao site Poder360, a assessoria do MST afirmou estar enfrentando “muita dificuldade” para alcançar a meta inicial de assentar 60 mil famílias. Segundo o movimento, a expectativa agora está reduzida a apenas 20 mil famílias.
“As famílias aguardam uma resolução urgente. Há casos de pessoas que estão há 30 anos esperando pela regularização fundiária”, disse o MST. O movimento também criticou o que considera falta de cumprimento do compromisso assumido pelo governo Lula.
Situação expõe governo a novos riscos
“É difícil pra gente dialogar com a nossa base depois de todos esses anos de retrocesso na reforma agrária e não poder atingir nem mesmo uma meta mínima colocada desde 2023″, afirmou a liderança do movimento.
Em abril de 2023, o MST liderou uma série de ocupações em protesto contra a lentidão nas políticas de reforma agrária. Durante o “Abril Vermelho”, foram registradas ao menos 21 invasões em 10 estados, incluindo Bahia, Pernambuco e São Paulo.
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