Marinha nega envolvimento em suposto plano de golpe depois das eleições de 2022

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 27, a Marinha do Brasil negou as alegações de ter mobilizado seus tanques para apoiar um suposto golpe de Estado depois das eleições de 2022.

A nota oficial informou que, “em nenhum momento, houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito”.

“A Marinha do Brasil, instituição nacional, permanente e regular, assegura que seus atos são pautados pela rigorosa observância da legislação, valores éticos e transparência”, informou a corporação.

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Esse pronunciamento surge em resposta a um relatório da Polícia Federal (PF), finalizado na última quinta-feira, 21. O sigilo do documento foi derrubado nesta terça-feira, 26.

O texto levanta a possibilidade de envolvimento da Marinha em supostos planos golpistas. O documento sugere que a Marinha estaria com “tanques prontos” para uma tentativa de golpe.

Segundo a PF, a informação foi obtida por meio de uma troca de mensagens entre o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere e uma pessoa identificada apenas como “Riva”. As mensagens foram enviadas ao tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

PF investiga comandante da Marinha

Nas comunicações, Riva elogia o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier. Ele o descreve como “um patriota que apoiaria o plano de ruptura institucional”. O relatório da PF menciona que Garnier teria manifestado apoio ao suposto plano golpista em duas ocasiões distintas, em dezembro de 2022.

As mensagens sugerem disposição para utilizar recursos da Marinha. Riva afirma que “tinham tanques no arsenal prontos”. A investigação da Polícia Federal também afirmou que Jair Bolsonaro teria feito ajustes em uma minuta de decreto para implantar um estado de exceção no país.

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As mensagens entre Cavaliere e Riva indicam uma frustração com a falta de adesão de outros militares ao plano. Riva teria afirmado que “rasgaram o documento que 01 assinou”, ao se referir ao ex-presidente Bolsonaro.

O inquérito resultou no indiciamento de Cavaliere e Cid, apontados como parte de um núcleo que buscava incitar militares a aderirem ao suposto movimento golpista. Cavaliere teria desempenhado um papel central na tentativa de mobilizar apoio entre os militares, enquanto Cid atuou em diversas frentes da suposta tentativa de golpe.

Contudo, Riva, cuja identidade não foi confirmada, não foi incluído entre os 37 nomes citados pela Polícia Federal.

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