⁠Como uma ferida que acabou de ser aberta. Como … helo_008

⁠Como uma ferida que acabou de ser aberta.

Como uma ferida que acabou de ser aberta, as palavras rasgam meu peito e deixam uma dor angustiante. A dor é tão intensa que não penso em mais nada. Me corto na tentativa de passar esse sangramento que ninguém consegue ver, e NUNCA é o suficiente, então eu me corto novamente, mais não passa, a dor ainda no fundo de meu peito, ainda dói e dói muito.
As lagrimas escorrem do meu rosto, e como se alguém me enforcasse, não consigo respirar, o ar simplesmente não sai. E é nesse momento que começo a me perguntar se a morte dói mais do que essa ferida aberta que nunca sara. O peso da minha vida vem em minhas costas e começo a me culpar por tudo e a desejar não ter nascido.
Chega uma hora que passa, tudo passa, a tristeza, a raiva, a culpa, a angustia, tudo vai embora, e não resta nada. Mas eu sei que ela volta, esse alivio que eu sinto quando tudo passa, não é duradouro, eu sei que a dor vai vir novamente, e eu já me acostumei. A diferença é que ela vem mais forte, vem com mais frequência e intensidade, e demora cada vez mais para ir embora.
Chegará uma hora que estarei no fim, não terei mais a sensação de alivio, e eu já estou rendida a dor, só esperando o momento em que não haverá mais luz.
Remoendo aquele momento, aquele instante em que vocês me quebraram por completo. Meu coração está em pedaços e não consigo achar os cacos.
Eu me mordo, me corto, me queimo, na esperança de parar a dor que ninguém vê, dói mais do que qualquer mordida, corte ou queimadura. O sangue escorre pelo meu braço, é uma cor tão viva, que eu me pergunto, como pode ter algo tão vivo dentro de mim se eu já morri faz tanto tempo?
 Engraçado né? meu coração ainda bate, por mais que esteja em pedaços.
 Será que alguém vem me ajudar?
Começo a sentir paz na dor, e esse se torna o único lugar conhecido e familiar para mim.
   A luz aparece, e some constantemente, como o ar dos meus pulmões, como as pessoas em minha volta. Finjo sorrisos, e ninguém percebe o quanto estou afundando em minhas próprias lagrimas. Eu cansei de chorar, mais isso virou rotina, todas as noites em meu quarto, sozinha no escuro. Me pergunto se isso terá fim, se a dor constante em meu peito um dia chegará ao fim e virará uma lembrança tão distante que parecerá um sonho, ou se ela não vai passar e se fundirá em meus ossos, até se tornar parte de quem eu sou.

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