⁠A Janela do Discurso sempre se moveu pelas Mãos I… Alessandro Teodoro

⁠A Janela do Discurso sempre se moveu pelas Mãos Invisíveis das Narrativas. 

Se reinventar já era mais do que esperado…

Mas nada foi tão Medonho quanto a vê-la se valer da “Idoneidade Policial” e da “Fé Religiosa”.

A Janela de Overton — esse mecanismo silencioso e traiçoeiro que define os limites do que é socialmente aceitável — sempre se moveu pelas mãos invisíveis das narrativas.

Ideias outrora impensáveis se tornam plausíveis, discutíveis, desejáveis… e até aceitáveis.

Nada disso é novo.

Mas há deslocamentos que ultrapassam o jogo das ideias: eles tocam em pilares que, uma vez manipulados, comprometem a própria estrutura da convivência civilizada.

Nada foi tão medonho quanto assistir a essa janela se valer da “Idoneidade Policial” e da “Fé Religiosa”.

Ambas, por natureza, deveriam inspirar confiança — não manipulação.

Quando começam a ser usadas como régua para definir quem merece voz, respeito ou até mesmo existência, o que está em jogo não é mais apenas a opinião pública: é a própria noção de justiça e espiritualidade.

A confiança na justiça perde o chão quando o discurso sobre “idoneidade” é moldado para blindar abusos e silenciar denúncias.

E a fé, que deveria acolher, se torna instrumento de controle quando usada para validar narrativas de exclusão, discurso de ódio, intolerância ou superioridade moral.

Quando a Janela do Discurso se move por esses vetores, não estamos apenas assistindo a uma mudança de ideias.

Estamos permitindo que conceitos sagrados e instituições essenciais sejam descaradamente arrastados para a seara da manipulação.

Toda e qualquer forma de manipulação é ruim, mas valer-se das autoridades presumidas para inviabilizar o debate e a crítica é de uma sordidez sem precedentes.

E isso, sim, é digno de temor.

Tenho medo…

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