No terraço onde a noite respira lenta, uma luz ant… Abraham Cezar

No terraço onde a noite respira lenta,
uma luz antiga pousa nos meus ombros.
É quieta, mas exige humildade e espaço.

Descubro então que o saber não chega como rajada,
e sim como essa brisa obediente
que só atravessa portas destrancadas.

A mente, quando dobra o orgulho,
abre um corredor de silêncio onde tudo cabe:
o erro, o acerto, o possível.

E, nesse intervalo limpo,
o fluxo da sabedoria encontra passagem,
faz do vazio um campo fértil,
e repousa ali, sem pressa,
como quem sempre soube o caminho.

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