Candidato derrotado à Prefeitura de Curitiba diz que Moro atrapalhou campanha

O deputado estadual Ney Leprevost (União-PR) afirmou na terça-feira 15 que sua derrota na eleição para prefeito de Curitiba foi influenciada pela presença do senador Sergio Moro (União-PR) e de sua mulher, a deputada Rosângela Moro (União-PR), em sua chapa.

Leprevost destacou que a parceria “não deu liga” e prejudicou sua campanha. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele comentou a dificuldade de trabalhar com o senador.

“Moro atrapalhou bastante”, afirmou o ex-candidato. “Não que seja culpa dele o fato de eu não ter vencido, mas ele atrapalhou bastante. E ele é ruim de lidar, de difícil trato, vaidoso.”

Leprevost disputou a prefeitura tendo Rosângela como vice, uma escolha feita depois de articulação no União Brasil. O deputado mencionou que aceitar a mulher de Moro como vice foi um erro que afetou negativamente sua campanha desde o começo.

“Acho que comecei a perder a campanha quando cometi o erro de aceitar o pedido do União Brasil nacional de colocar a mulher do Moro de minha vice”, comentou o deputado.

O deputado ainda disse que Moro era visto em Curitiba como “carrasco do Lula e o traidor do Bolsonaro”. Além disso, Leprevost acredita que o senador não conseguiu atrair eleitores simpáticos à Operação Lava Jato. O ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo), que participou da investigação, apoiou Eduardo Pimentel (PSD), que agora enfrenta Cristina Graeml (PMB) no segundo turno.

O União Brasil, sob a liderança de Leprevost em Curitiba, decidiu adotar uma postura neutra no segundo turno, liberando seus filiados para apoiarem quem desejarem.

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Leprevost e Sergio Moro perderam contato

Leprevost afirmou que, nos dias finais da campanha, ele e Moro deixaram de se comunicar. Esse distanciamento ocorreu cerca de dez dias antes do primeiro turno, em meio a desentendimentos sobre a presença de Moro nas propagandas eleitorais televisivas, já que o tempo disponível era extremamente limitado e precisava ser bem aproveitado.

“A partir do momento que ela virou minha vice, o Moro passou a achar que eu era um fantoche dele, para ficar fazendo a pré-campanha dele de governador”, disse Leprevost à Folha.

O deputado também disse que Moro começou a disseminar que estava sendo boicotado. O senador tem planos de se candidatar ao governo do Paraná em 2026, e uma vitória em Curitiba seria estratégica. Leprevost deixou claro que não tem intenção de formar aliança política com o senador no futuro.

“Não quero caminhar politicamente com Moro”, afirmou o deputado. “E acho que ele também não quer caminhar comigo. Eu não estarei com ele para o governo em 2026. Se ele for o candidato do União Brasil, eu terei que sair do partido.”

Até o momento, o casal Moro não manifestou apoio a nenhum candidato no segundo turno em Curitiba. Sergio Moro deixou o cargo de juiz federal em 2018 para assumir o Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

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