Cartilha do STF para estudantes sugere que a internet é uma das fontes dos problemas no Brasil
Em formato lúdico, a cartilha “Uma Aventura na Constituição”, criada e distribuída pelo Supremo Tribunal Federal (STF), até pode parecer uma obra neutra e com fins meramente educativos.
Ao ler as suas 66 páginas, no entanto, o consumidor da informação tem a possibilidade de enxergar ali um instrumento de crítica à internet, como se ela fosse a fonte dos problemas no Brasil.
STF e o controle das redes sociais
A cartilha – para estudantes dos ensinos fundamental e médio – chega, aliás, em um momento em se retoma a discussão sobre como regular as redes sociais. O discurso tem como protagonistas quatro crianças. Defronte à sede do STF, elas interagem com Têmis, a Deusa da Justiça, e com a Constituição.
Um dos personagens critica o professor que pediu um trabalho escolar sobre os problemas e as soluções para o Brasil. Em tom de discordância, o menino diz que “o professor viajou legal na aula”. Sua queixa acompanha uma interrogação.
“Como vamos conseguir fazer um trabalho apresentando todas as regiões do Brasil e ainda mapear problemas e propor soluções? Eu li na internet que o Brasil não tem problemas e está tudo muito bem”.
Não fosse o viés claramente político ao falar também de temas como as terras indígenas, a cartilha mereceria elogios por exaltar a importância e o respeito que devem ser atribuídos ao STF como guardião da Constituição. No entanto, o conteúdo, além de carregar na tinta ao falar da internet, apresenta ilustrações no mínimo curiosas.
Sudeste: trânsito e violência
Ao tentar abordar virtudes e defeitos das regiões do Brasil, a cartilha, por meio de ilustrações, se refere ao Sudeste, por exemplo, como um lugar de “trânsito e violência”. Não fala, contudo, de desenvolvimento e geração de riqueza. Ao agronegócio também é dispensada crítica relacionada ao uso de agrotóxicos.
Sob o argumento de defender a confiabilidade no Poder Judiciário, a cartilha “Uma Aventura na Constituição” faz parte do programa “O STF na Escola”. O acesso é gratuito e eletrônico neste link.
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