Conversas sugerem que petista intermedeia caixa dois eleitoral em Santa Catarina; veja

Áudios e mensagens indicam que o ex-senador e ex-governador de Santa Catarina Leonel Pavan (PSD) recebeu caixa dois, em transações que somam pelo menos R$ 1,075 milhão via Pix. O principal intermediador e captador do dinheiro seria o petista Glauco Piai.

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A motivação ao depósito dos valores seria uma troca de promessas de contratos futuros com as prefeituras de Camboriú e Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Pavan é candidato a prefeito de Camboriú, enquanto sua filha, Juliana Pavan (PSD), concorre ao cargo de prefeita de Balneário Camboriú. Esta cidade tem o metro quadrado mais caro do Brasil.

Os documentos, obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo, revelam que o lobista Glauco Piai, ex-assessor de Marta Suplicy em São Paulo e atualmente filiado ao PT de Itajaí (SC), atuou como intermediário dessas transações.

Piai foi detido em Santa Catarina no dia 23 de setembro com R$ 100 mil em dinheiro vivo. “Já consegui, isso aqui entre nós, 500 K [R$ 500 mil] pra ele [Pavan] do ‘Turquinho’, 26 [R$ 26 mil] de uma empresa de tecnologia e 26 [R$ 26 mil] de outra empresa de tecnologia”, disse Piai, em um áudio de fevereiro dirigido a um intermediário de um empresário de São Paulo.

“O cara da merenda, eu fiz uma conversa com ele, tá vindo pra cá também. Tem você e, agora, o cara de seguros.”

Intermediação das transações financeiras

Piai, que ocupou o cargo de chefe de gabinete no Serviço Funerário de São Paulo durante a gestão de Marta Suplicy (2001-2004), mencionou em mensagens que os empresários interessados nos contratos transferiam os valores para a Traccia Construtora e Incorporadora Ltda.

Esta é uma empresa que está em seu nome, a qual, posteriormente, repassava o dinheiro a contas de Pavan e outras indicadas pelo ex-senador.

Pavan não comentou o caso diretamente, mas afirmou em suas redes sociais que é vítima de “mentira da grossa”. Em mensagens, Piai afirma que os pagamentos eram realizados como dividendos de uma incorporação imobiliária e menciona o uso de uma “cooperativa apócrifa”.

Conversas entre Pavan e Piai indicam repasses semanais de R$ 20 mil ao ex-senador e mensais de R$ 20 mil para a agência de comunicação da campanha de sua filha.

Teor do conteúdo relacionado a candidato em Santa Catarina

Em um áudio enviado a um intermediário de um empresário, Pavan pergunta: “Quanto vai pra agência? E quanto na minha conta?”. Piai responde que seriam R$ 20 mil mensais para a agência e R$ 20 mil semanais para Pavan, e depois acrescenta: “Depois apague isso por favor”.

Pavan então indica uma chave Pix para as transferências, e Piai confirma o envio do valor com um comprovante. Juntamente, ele envia a mensagem: “chefe, pode deixar que segunda tem mais”.

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As campanhas de Pavan e de sua filha não apresentaram registros de tais valores em suas prestações de contas.

Em vários áudios, o petista promete divisão de contratos das prefeituras, como administração de creches, merenda e obras. “Sergião, vai chover na nossa horta aqui nessa semana? Como é que tá o molho aí?”, pergunta Piai em áudio enviado ao advogado Sergio de Carvalho Gegers, dono da Actual Tax Brasil Consultoria Tributária Ltda.

Confira as conversas e os áudios

Áudios entre Glauco Piai, Leonel Pavan e empresários, revelados pela Folha

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