Discurso de ódio e fanatismo foram estimulados pelo governo Bolsonaro, diz Gilmar

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou, nesta quinta-feira, 14, as explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de ontem.

Conforme o decano da Corte, o caso “não é isolado”. Isso porque há uma série de fatos históricos recentes que se conectam. Para Mendes, eles são fruto de uma “ideologia rasteira” que estaria desestabilizando as instituições.

De acordo com Mendes, o ato está associado ao 8 de janeiro. O juiz do STF viu ainda relação com a administração Bolsonaro.

“O discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram largamente estimulados pelo governo anterior”, disse Mendes, durante sessão plenária no STF. “Fruto de um sectarismo infértil, o radicalismo político grassou nas eleições de 2018, em uma campanha caracterizada pela ampla utilização das redes sociais para difusão de ódio, ataques pessoais e fake news.”

Mais críticas de Gilmar Mendes

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O decano do STF, Gilmar Mendes, durante evento sobre a Reforma Tributária, na sede da Fiesp – 29/04/2024 | Foto: Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

Segundo Mendes, a radicalização política ganhou força em 2019, quando Bolsonaro assumiu.

Dessa forma, o discurso de ódio teria radicalizado o debate político a ponto de “criminalizar a oposição”, ter “desprezo à alteridade” e fazer “ataques sistemáticos às instituições de controle que cerraram fileiras contra essas práticas, como a Justiça Eleitoral e a Suprema Corte”.

“Símbolos e feriados nacionais foram sequestrados com objetivos eleitorais, a ponto de, em 2021, a comemoração do 7 de Setembro ter sido utilizada para realização de ameaças ao STF, incitando os cidadãos ao descumprimento de decisões judiciais”, observou Mendes.

Leia também: “O cemitério das estrelas”, reportagem publicada na Edição 242 da Revista Oeste

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