Em reunião do G20, Lula volta a falar em taxação de ‘super-ricos’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar da taxação dos “super-ricos” durante a Sessão de Abertura da Reunião Ministerial do G20, realizada nesta quarta-feira, 25, em Nova York (EUA). A proposta tem resistência entre grandes economias, como Estados Unidos e Alemanha. 

“Em 2022, a diferença entre o valor que o mundo em desenvolvimento pagou a credores externos e o que recebeu foi de US$ 49 bilhões”, afirmou Lula. “Há mais dinheiro saindo do que dinheiro entrando. A taxação de super-ricos é uma forma de combater a desigualdade e direcionar recursos a prioridades de desenvolvimento e ação climática.”

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A taxação dos chamados “super-ricos” tem sido recorrentemente defendida pelo Brasil, seja por Lula ou pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), nos encontros do G20. 

Nesta quarta-feira, o encontro reuniu ministros de Relações Exteriores dos países do G20. A sessão foi conduzida pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Discursou antes de Lula presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, também discursou. Seu país será o próximo a presidir o bloco. 

Lula defende reforma da ONU e do sistema financeiro global

Durante seu discurso na reunião do G20, o presidente Lula também defendeu a necessidade de reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e do sistema financeiro global.

“Cada país pode ter sua visão quanto ao modelo de reforma da governança global ideal”, declarou o petista. “Mas precisamos todos concordar quanto ao fato de que a reforma é fundamental e urgente.”

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O chefe do Executivo brasileiro argumentou que é preciso “promover uma ampla reforma da ONU”, citando o momento de sua fundação, em 1945, em que “os países-membros optaram pela colaboração ao invés da fragmentação”. 

“Isso demandou enorme vontade política e muita sabedoria. Hoje nos deparamos com uma escolha semelhante. 51 países fundaram a ONU. Atualmente, somos 193 membros. O Brasil mantém firme sua posição histórica: a ONU deve estar sempre no centro da governança global”, declarou.

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Lula sinalizou que as Nações Unidas passam por uma “crise de confiança” que precisa ser “restabelecida”. Indicou que não se pode “furtar de transformações estruturais”.

Em relação ao sistema financeiro global, o petista disse ser necessário o seu “caráter fortemente regressivo”. “Países em desenvolvimento enfrentam custos e dificuldades desproporcionais na obtenção de financiamento em comparação com os países ricos”, disse. 

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“As taxas de juros impostas a países do Sul Global são muito mais altas do que as aplicadas às nações desenvolvidas. O endividamento que afeta severamente alguns países em desenvolvimento estrangula o investimento em infraestrutura, bem-estar e sustentabilidade”, afirmou.

O chefe do Executivo brasileiro acrescentou que a ONU e seu secretário-geral “devem voltar a ocupar posição central no debate sobre questões econômicas e financeiras de relevo global”.

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