Faz de conta que Fernando Haddad não é Lula

Faz de conta que Lula está preocupado com responsabilidade fiscal. Faz de conta que Fernando Haddad não é Lula. Faz de conta que Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann não são as duas faces da mesma moeda. Faz de conta que, a cada seis meses, o governo vai economizar 70 bilhões nos próximos 2 anos ou 300 bilhões nos próximos 5 ou 600 bilhões nos 10 anos seguintes, não importa, porque é tudo faz de conta.

A realidade é que o governo Lula tem como único norte a gastança desenfreada e, assim, abre a porteira também para que Estados e municípios avancem no cheque especial.

Em dezembro de 2022, antes de o petista assumir, a dívida pública era de 71,7% do PIB. Em agosto deste ano, já estava em 78,3% do PIB. Até o final do mandato de Lula, deverá chegar a 84,1% do PIB, segundo a Instituição Fiscal Independente, vinculada ao Senado.

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Em 2023, o gasto médio por funcionário público federal aumentou, revertendo a queda nos três anos anteriores. Passou a ser de R$ 376 mil. A estimativa é que haja nova alta em 2024.

O pacote fiscal anunciado e mal explicado por um descabelado Fernando Haddad não vai dar freio ao esbanjamento. É populismo desbragado comemorado pela imprensa amiga como reforma sobre a renda.

Haddad, nova taxa e Imposto de Renda

Como essa noite se improvisa, ao isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil reais e promover a tunga progressiva de 5% a 10% de quem ganha a partir de R$ 50 mil, não foi feito um cálculo exato sobre se haverá compensação para manter a arrecadação. “Todos à espera de ajuste fiscal, e nasce com ele uma proposta de mais isenções. Ruim, sem dúvida. A ver como será desenhada a compensação”, resumiu o economista Felipe Salto para a jornalista Gabriela Jucá.

Isentar 25 milhões de brasileiros de pagar Imposto de Renda nasceu como promessa eleitoreira em 2022 e visa à exploração eleitoreira em 2026. É o único projeto de Lula e do PT: manter-se no Palácio do Planalto a qualquer custo para o Brasil.

Não houve o essencial em um pacote fiscal digno desse nome: o corte substancial e necessário nos gastos, mas anúncio de redução de ritmo de crescimento de despesas. Anúncio, enfatize-se, porque a farra em Brasília vai continuar desenfreada.

Fica combinado, então, que faz de conta que os cidadãos não trabalham para Lula ser reeleito, para o Centrão continuar a meter a mão e, cereja do bolo, para a toga ter quinquênios, e retroativos, como noticiado nesta semana, em sincronia perfeita com a divulgação desse pacote fiscal que não é pacote fiscal coisíssima nenhuma, mas faz de conta que é.

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