Justiça do Ceará impede posse de prefeito eleito foragido

O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará impediu a posse de Bebeto Queiroz (PSB) e seu vice, Bruno Jucá (PRD), eleitos para a Prefeitura de Choró (CE). A decisão, solicitada pelo Ministério Público do Ceará, baseia-se em acusações que envolvem crimes eleitorais e ligações com organizações criminosas, levando prefeito eleito a se manter foragido da justiça. A cerimônia de posse, prevista para 1º de janeiro, foi suspensa pela Justiça.

Com a suspensão da posse, Paulo George Saraiva (PSB), presidente da Câmara Municipal, assumiu o cargo de prefeito interino. Durante a sessão, ele informou aos presentes sobre a decisão judicial, que chegou à Câmara momentos antes do início da posse dos vereadores.

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“Em virtude de decisão judicial que suspendeu a posse do prefeito e do vice-prefeito de Choró, eu convido a vice-presidente a tomar assento na presidência enquanto eu irei tomar posse como prefeito interino”, declarou.

Diplomação do prefeito foragido

Bebeto Queiroz foi diplomado por procuração em uma cerimônia realizada em 14 de dezembro pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará. Daniel Queiroz, filho do político, compareceu em seu lugar para evitar que Bebeto fosse preso. Nas eleições de 6 de outubro, Bebeto conquistou 61,1% dos votos válidos, derrotando o oponente Professor Antonio Delmiro (PT), que obteve 38,9% dos votos.

Atualmente, a Procuradoria Eleitoral solicitou a cassação da chapa vencedora para impedir que Bebeto cumpra o mandato, e o pedido será avaliado pela sexta Zona Eleitoral. Nos últimos três meses, Bebeto Queiroz foi alvo de três operações distintas.

A primeira, chamada operação Mercato Clauso, foi conduzida pelo Ministério Público Eleitoral em parceria com a Polícia Federal em outubro. A investigação focou na tentativa de influência de grupos criminosos nas eleições municipais de 2024, através da compra de votos.

Investigações e acusações contra Bebeto

De acordo com o Ministério Público do Ceará, Bebeto é acusado de oferecer vantagens materiais e financeiras, supostamente utilizando recursos ilícitos provenientes de contratos fraudulentos com órgãos públicos para financiar campanhas eleitorais. A segunda operação, Ad Manus, foi deflagrada em novembro pela Procuradoria de Justiça de Crimes contra a Administração Pública, com apoio das Polícias Civil e Federal. Durante essa operação, o então prefeito Marcondes Jucá (PT) e um servidor da Secretaria de Transporte foram presos e afastados de suas funções por cento e oitenta dias.

Nesta ocasião, foi emitido um mandado de prisão contra Bebeto Queiroz. Em dezembro, a operação Vis Occulta investigou a suposta participação de Bebeto em um grupo criminoso responsável pela compra de votos e influência nas eleições em municípios cearenses. Esta ação foi um desdobramento da operação Mercato Clauso, realizada em outubro nas cidades de Fortaleza, Canindé e Choró.

Desdobramentos das operações e consequências jurídicas

Durante a operação, Bebeto foi detido e permaneceu preso preventivamente por dez dias. As investigações apontaram indícios de que os valores utilizados para a compra de votos foram obtidos através de um esquema de caixa dois, envolvendo contratos públicos direcionados a empresas ligadas à organização criminosa. Esses recursos eram destinados ao financiamento ilícito de campanhas eleitorais.

Como resultado dessas investigações, a Procuradoria da sexta Zona Eleitoral pediu a cassação do registro de candidatura de Bebeto e de seu vice, Bruno Jucá. A defesa de Bebeto não foi localizada para comentar o caso. No entanto, em uma publicação nas redes sociais no dia 5 de dezembro, o prefeito eleito afirmou que provaria sua inocência.

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