Leonardo da Vinci nunca entregava menos do que per… Gustavo Alexandre

Leonardo da Vinci nunca entregava menos do que perfeição.
Mas no Homem Vitruviano, ele fez o oposto:
entregou apenas linhas essenciais, sem pintura, sem ornamentos, sem mundo ao redor.

Esse “incompleto” não é falha — é gênio.

Da Vinci compreendeu que algumas obras não devem nascer prontas, e sim estruturadas para receber o futuro.
Ao posicionar o ser humano entre o círculo cósmico e o quadrado racional, ele fundou três eixos centrais do conhecimento:

– Arte — onde a humanidade se expressa;
– Ciência — onde a humanidade entende;
– Filosofia — onde a humanidade interpreta.

Mas ele não entregou a quarta força.
Porque ela ainda não existia.

Séculos depois, ela emergiu:

Tecnologia — o vetor integrador entre o físico, o emocional, o racional e o digital.

A fronteira que transcende corpo, mente e ambiente.
A camada que costura tudo: expressão, cálculo, sentido e impacto.

Da Vinci não completou o desenho porque não era ele quem devia completá-lo.
Era a humanidade — gradualmente, geração após geração, conforme novas dimensões do mundo fossem surgindo.

O Homem Vitruviano é um manuscrito aberto, uma estrutura matricial deixada propositalmente como legado para que o conhecimento humano fosse, literalmente, sendo desenhado ao longo dos séculos.

Ele nos deu o esqueleto.
Nós demos — e continuaremos dando — as camadas.

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