Líder de ocupação em São Paulo troca o PT por Ricardo Nunes
Entre as ruas Sete de Abril e Marconi, no centro de São Paulo, uma faixa no Edifício Santa Leonor chama atenção pela mensagem: “Em São Paulo, o trabalho continua”. A frase é acompanhada da foto de Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito de São Paulo, que sorri na imagem.
Segundo o líder do movimento, Eduardo Santos, o Netinho, a faixa é uma forma de agradecimento ao atual prefeito. O prédio foi ocupado em 2012 e abriga 150 pessoas. Cada morador paga R$ 200, o que contribui para as despesas de manutenção do edifício, a limpeza e o salário do porteiro.
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O Edifício Santa Leonor possui aulas de capoeira, cultos religiosos diversos, uma biblioteca e até cinema.
A insatisfação com o PT e o apoio a Ricardo Nunes
Criado na Brasilândia, zona norte de São Paulo, Netinho explicou que sua decepção com o Partido dos Trabalhadores (PT) aumentou depois da escolha do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB-SP), como vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos, até então, eram adversários políticos.
Historicamente, partidos de esquerda, como o PT e o Partido Socialismo Liberdade (Psol), apoiam ocupações irregulares. Apesar disso, Netinho se desiludiu com a sigla petista e votou em Ricardo Nunes.
“O que a esquerda prometeu, a direita está fazendo”, diz líder de ocupação
Netinho contou a Oeste os motivos de ter escolhido Nunes, reeleito à prefeitura da capital paulista neste ano, na disputa contra o ex-candidato do Psol, Guilherme Boulos, que defende ocupações irregulares. Para Netinho, Ricardo Nunes “fez mais do que a esquerda”.
“Sou grato por todos os movimentos que foram atendidos pelo projeto Pode Entrar”, explicou Netinho. “Nunes deu moradia. São mais de 72 mil feitas pela gestão dele, todas serão entregues até 2026.”
Netinho disse que optou por votar em Ricardo Nunes em razão das obras de infraestrutura e da regularização fundiária que a prefeitura realizou na periferia. “O que a esquerda lutou tanto lá atrás, hoje a direita fez”, concluiu.
Entre 2019 e 2023, Netinho trabalhou como assessor no gabinete do vereador Camilo Cristófaro (Avante-SP), cassado depois de receber acusações de racismo na Câmara.
Atualmente, Netinho se sustenta por meio de anúncios em jornais comunitários publicados na zona norte de São Paulo.
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