Lula admite queda do PT nas eleições municipais: ‘Fomos mal em São Paulo’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira, 11, que é preciso “rediscutir” o papel do partido nas próximas eleições. De acordo com o petista, o partido teve resultados ruins em São Paulo. Embora tenha conseguido mais prefeituras, em relação a 2020, a maioria delas se concentra no Nordeste — reduto eleitoral da esquerda.

O partido continua na disputa do segundo turno em 13 cidades. Entre elas, quatro capitais: Fortaleza, Porto Alegre, Natal e Cuiabá.

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“Temos de rediscutir o papel do PT na disputa nas eleições da prefeitura”, disse o presidente, que reconheceu que o partido não foi bem no Estado paulista. “Não tivemos uma boa participação em São Paulo. Perdemos, por exemplo, São Bernardo. Perdemos Santo André.” Tradicionalmente, essas cidades do Grande ABC elegem candidatos petistas.

Cidades onde a vitória era garantida também surpreenderam o presidente. “Perdemos inclusive Araraquara, onde tínhamos certeza de que íamos ganhar”, afirmou. Na cidade, o candidato Dr. Lapena, do PL, derrotou a petista Eliana Honain, apoiada pelo atual prefeito, Edinho Silva, também do PT.

O petista também citou as eleições em Teresina. “Até uma semana das eleições, todo mundo dava como certo a eleição do candidato do PT”, disse o presidente. Na capital piauiense, Silvio Mendes (União) desbancou o petista Fábio Novo por 52% a 43% dos votos válidos. Uma pesquisa divulgada pelo instituto Quaest na véspera do pleito mostrava Novo numericamente à frente, com 48% das intenções de voto, contra 47% de Mendes.

Lula pouco se engajou nas eleições municipais

Acusado de não se engajar nas campanhas municipais, Lula admitiu que pouco participou. “Essa foi uma eleição que tive uma participação mais acanhada, porque sou presidente da República”, justificou Lula. “Tenho uma base no Congresso Nacional muito ampla. Tenho vários partidos na minha base nacional que estão disputando eleições.”

Segundo ele, a ideia foi evitar “comprar uma briga numa cidade e depois, quando chegar ao Congresso Nacional, ter o pessoal virando adversário”. A exceção, segundo o presidente, foi a capital paulista. “Em São Paulo, me dediquei um pouco. Fui duas vezes, porque lá é uma briga que está estabelecida entre lulismo e bolsonarismo.”

Em São Paulo, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), enfrenta o candidato apoiado pelo PT, Guilherme Boulos (Psol), o qual Lula chamou de “uma figura muito preparada” e que confia em sua vitória, mesmo com a vantagem de Nunes apontada pelas últimas pesquisas.

“Boulos tem duas semanas, tem vários programas de televisão, tem vários debates, sabe, para ele poder convencer as pessoas”, disse Lula. “E eu, se puder ajudá-lo, vou ajudá-lo a ganhar essa eleição, porque acho que ele pode fazer um bem muito grande para São Paulo.”

Lula ainda indicou a dificuldade enfrentada pela esquerda na capital de transferir os votos do PT para o Psol. “Tivemos um problema no primeiro turno, que é muito difícil você convencer um petista que estava habituado a votar 13 desde 1980, a votar 50, a votar outro número”, disse. “Então, inclusive gravei para o Boulos dizendo: ‘Olha, quem está habituado a votar no 13 tem de votar agora no 50 na cidade de São Paulo’.”

Quase 50 mil paulistanos anularam o voto para prefeito nas eleições deste ano por digitar o número 13, do PT, na urna eletrônica.

Leia também: “O Brasil diz não ao PT”, artigo de Silvio Navarro publicado na Edição 238 da Revista Oeste

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