Lula culpa Temer e Bolsonaro por queda de desempenho das universidades

Em entrevista concedida à TV Bahia, afiliada da Rede Globo, nesta quarta-feira, 2, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu à gestão dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro a responsabilidade pela redução do desempenho das universidades federais brasileiras.

A avaliação surge depois de levantamento do Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR) mostrar que 80% das universidades nacionais caíram no ranking global. Segundo ele, “a queda da pesquisa é por conta da redução do investimento” e o cenário atual resulta de um “vendaval” que, em sua avaliação, atingiu diversas áreas.

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Lula declarou que a situação foi agravada pelo impeachment de 2016, que classificou como “um golpe”, seguido por “a loucura do presidente Bolsonaro”. “Ele praticamente não só destruiu as universidades, como não fez nada para as universidades brasileiras, não fez nada para as bolsas”, afirmou.

O presidente disse que o governo atual trabalha para reverter o quadro, com investimentos em pesquisa, laboratórios e hospitais universitários. “Estamos retomando e não vai faltar dinheiro para pesquisa, não vai faltar dinheiro para fazer novos laboratórios, não vai faltar dinheiro para os hospitais universitários”, declarou.

Lula menciona trajetória pessoal e histórico das universidades

Ainda sobre educação superior, o presidente ressaltou que, apesar de não possuir diploma universitário, construiu universidades e ampliou o acesso ao ensino. Ao comparar com outros momentos históricos, mencionou que “Santo Domingo teve sua primeira universidade em 1532” e que o Brasil só criou a sua em 1920.

Durante a entrevista, Lula também abordou outros temas, como a instalação da montadora chinesa BYD na Bahia, que segundo ele promove “uma revolução na indústria automobilística brasileira”, e o projeto da ponte Salvador-Itaparica, que terá investimentos de R$ 11 bilhões.

Ele citou números sobre emprego e renda: “Temos a menor taxa de desemprego da história do Brasil, temos o maior estoque de emprego formal”, citou. “É o maior da história, 48 milhões de trabalhadores.”

Perguntado sobre a alta carga tributária, o presidente defendeu ajustes que incidam sobre a parcela mais rica da população. “Temos que cortar em quem tem gordura, tenho que fazer uma bariátrica em quem tem muita gordura”, afirmou, ao comentar a decisão do Congresso que derrubou o aumento do IOF.

Na área da segurança pública, o presidente declarou que o governo prepara uma Proposta de Emenda Constitucional para definir de maneira mais clara a atuação da União no combate ao crime organizado. Ele defendeu maior investimento em inteligência e criticou a falta de recursos: “No Fundo Nacional de Segurança Pública tem R$ 2 bilhões, só na Bahia se gasta R$ 8 bilhões.”

Lula também relatou que há conflitos fundiários entre comunidades indígenas e agricultores e que a solução passa por negociações. “Não quero pobre brigando com pobre, quero que se coloque de acordo e cada um fique num canto”, disse.

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