Magno Malta cobra anistia: ‘Alcolumbre está em sintonia com o STF’

O senador Magno Malta (PL-ES), que declarou não ter votado em Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado, agora cobra que o presidente da Casa Alta apoie a pauta da anistia aos presos do 8 de janeiro no Congresso Nacional.

A fatura cobrada por Malta se deve ao apoio que o chefe do Senado recebeu da oposição, com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, Malta, vice-líder da oposição na Casa Alta, aponta contradições entre as promessas de campanha e os atuais posicionamentos do senador amapaense.

Prerrogativas em pauta

O avanço do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e as condenações dos presos do 8 de janeiro, com penas questionadas por juristas, faz crescer a cobrança por uma reação do Senado Federal.

Dr. Celso Sanchez Vilardi e Jair Messias Bolsonaro em julgamento da denúncia do núcleo 1 da Pet 12.100 (25/3/2025) | Foto: Gustavo Moreno/STF
Dr. Celso Sanchez Vilardi e Jair Messias Bolsonaro em julgamento da denúncia do núcleo 1 da Pet 12.100 (25/3/2025) | Foto: Gustavo Moreno/STF

Para Malta, a resposta adequada aos anseios populares não virá da gestão Alcolumbre.

“Várias vezes, a palavra ‘prerrogativas’ foi mencionada durante a campanha — um termo que remete justamente ao que o Supremo Tribunal Federal tem feito: invadir outros Poderes sem uma devida reação por parte do Senado”, afirmou Malta. “Em um momento, foi afirmado que essas prerrogativas seriam definidas, mas, logo depois, em coletiva de imprensa, foi declarado que o 8 de janeiro não é uma pauta prioritária.”

Magno Malta está pessimista

Em entrevista a Oeste, o senador reafirmou ser pessimista quanto à gestão do atual presidente da Casa. “Não vejo nenhum indício de que algo vá realmente mudar”, disse. “Pelo contrário, os motivos que me levaram a votar contra Alcolumbre e a me posicionar publicamente, tanto antes quanto no dia da votação, continuam firmes.”

De acordo com o parlamentar, o presidente do Senado é aliado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e está “em sintonia” com o STF.

“Não é pessoal”, diz Magno Malta

Malta, que também é dirigente do Partido Liberal (PL) no Espírito Santo, destacou que as críticas ao presidente do Senado não são pessoais. “Meu relacionamento com o senador Davi Alcolumbre, no âmbito pessoal, sempre foi tranquilo”, disse. “Não tenho nada contra ele. Pelo contrário, temos uma boa convivência. Ele é uma pessoa que se relaciona bem com os outros, e isso facilita o diálogo.”

Apesar de se referir ao bom relacionamento no âmbito pessoal, Magno Malta destacou que, na política, ele e Alcolumbre estão de lados opostos. “Quando o assunto é política, as diferenças ficam claras”, ressaltou. “Davi não deixa dúvidas sobre suas posições, pensamentos e alinhamentos. Ele expressa isso abertamente, e eu sempre soube onde cada um de nós se posiciona. No embate político, estamos em lados opostos. Simples assim.”

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O líder de oposição no Congresso também disse que, durante esta semana, o Senado não está sequer sob comando de Alcolumbre. Malta se refere ao fato de que o presidente do Senado viajou com o governo Lula para o Japão e para o Vietnã.

As declarações de Malta sintetizam o sentimento de preocupação que tomou conta de parte da oposição desde que Alcolumbre afirmou que a anistia não é “um assunto dos brasileiros”.

A defesa das prerrogativas do Congresso Nacional pautou a rodada de negociações entre Malta e o PL para definir o apoio nas eleições pela vaga de presidente do Senado.

Leia também: “A lei morreu”, artigo de J. R. Guzzo publicado na Edição 258 da Revista Oeste 

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