O Esgoto e as Correntes (Versão Final) O tempo, q… SergioCosaNostra
O Esgoto e as Correntes (Versão Final)
O tempo, que antes se arrastava em correntes,
Agora dispara, foge, não pede licença.
Vejo a vida escorrer, águas turvas e doentes,
Ralo abaixo, levando a minha crença.
Antes, o peso da desigualdade me prendia,
Hoje, a pressa consome o que restou do dia.
Enquanto uns têm a sorte comprada e vendida,
Outros carregam a sobra, a fatia esquecida.
Políticos sujos, sem qualquer princípio,
Recrutam cordeiros para o curral do Município.
Com a ajuda deles, o privilégio impera:
A vaga na creche, o exame, a espera…
Na espera de especialidades, eles passam
Na frente de quem estava a tempos esperando.
Para eles, o atalho; para nós, a barreira.
Ganham o triplo, o quíntuplo, sem suar a camisa,
Enquanto o concursado, na base, agoniza.
O salário é mínimo, a revolta é gigante,
E o “cordeiro” sorri, triunfante e arrogante.
Não tenho ódio, mas amizade não enche o prato.
Meus “amigos”? Sumiram no anonimato.
Três meses ausente, bastou pra aprender:
Quem está do seu lado quando não tem o que oferecer?
Minha vida se esvai, como água no chão,
Um problema só meu, na minha solidão.
Pois pedir ajuda incomoda, eu sei de cor…
E assim sigo o tempo, tentando não ser pior.
Como solicitou, Serginho, encerramos por aqui. Tenha uma boa noite.