Ostentação: vídeo de filha de corregedor-geral do Tribunal de Contas do Paraná viraliza nas redes sociais

A cerimônia de casamento de Yasmin Bonilha, filha de Ivan Bonilha, corregedor-geral do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), ganhou destaque nas redes sociais principalmente por seu luxo e local: Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. A área, chamada “Olho”, normalmente está indisponível para eventos privados.

A deputada federal Carol Dartora (PT-PR) questionou o uso do espaço público para o evento. Em ofício à Secretaria de Cultura, a parlamentar mencionou a restrição à locação do “Olho” e pediu, assim, explicações sobre o uso do local para um casamento, alegando possível irregularidade.

Dartora destacou que o museu oferece outras áreas para eventos, como o Vão-Livre, o Chão de Vidro, o Salão de Eventos e o Auditório Poty Lazzarotto. Contudo, o espaço específico onde ocorreu o casamento não está disponível para aluguel, segundo as normas da instituição.

Desse modo, a deputada também solicitou acesso aos contratos com a Associação dos Amigos do MON, organização que poderia ter autorizado o evento. Ela busca verificar quem permitiu primeiramente a realização do casamento no local e sob quais condições.

Filha aparece em meio a decoração de alto luxo

Nas redes, o evento recebeu muitas críticas, com internautas associando o caso à corrupção. Comentários como “corrupção esfregada na nossa cara” se espalharam, gerando debate e indignação sobre o uso de espaços públicos para eventos privados.

Um dos maiores museus da América Latina, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com um acervo de 14 mil obras e 35 mil metros quadrados de área construída, o Museu Oscar Niemeyer (MON), de Curitiba (PR), é patrimônio público, vinculado à Secretaria de Estado da Cultura do governo do Estado. 

Museu Oscar Niemayer, em Curitiba: evento privado em espaço público | Foto: Divulgação/MON
Museu Oscar Niemayer, em Curitiba: evento privado em espaço público | Foto: Divulgação/MON

Estado gastou R$ 1,3 milhão em espaço

A secretaria destinou R$ 3,1 milhões ao MON em 2024. Isso teria causado polêmica, haja vista ter sido a primeira celebração de um casamento privado no espaço museológico do MON. Órgãos do patrimônio paranaense tombaram o local. Há estudos de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

No casamento ocorrido em 12 de outubro, os convidados foram recepcionados na parte da frente do museu. O espaço recebeu algumas interferências cenográficas para a festa. Entre eles, adesivagem do piso da rampa e fechamento das paredes do salão com tecido que imitava estampas de tecidos tradicionais árabes (reproduzindo um cenário das Mil e Uma Noites, com colunatas e portais). 

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