Por que a violência policial na Bahia do PT causa menos indignação?

O PT governa a Bahia há quase 20 anos, desde 2006. O petismo sucedeu ao carlismo, e a vida dos baianos não melhorou. O Estado continua a ser um dos dez piores do Brasil em progresso social, um índice criado pela Universidade Harvard.

É também o segundo mais sanguinolento do Brasil, depois do Amapá. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no ano passado, o número de mortes violentas por 100 mil habitantes foi de 46,5, o dobro da taxa nacional. Para se ter ideia, em São Paulo, foi de 7,8.

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A Bahia do PT é líder brasileira em mortes por violência policial, em números absolutos. Em 2023, foram 1.699, de acordo, outra vez, com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Uma em cada quatro mortes causadas pela polícia no país ocorrem no Estado. Cinco das dez cidades brasileiras com a polícia mais mortífera são baianas.

O Anuário é muito instrutivo: o Amapá lidera a taxa de mortes por intervenção de policiais civis e militares, com 23,6 por 100 mil habitantes, no ano passado. A Bahia é a vice-campeã nessa contabilidade macabra, com 12, quatro vezes a média nacional.

A violência policial em São Paulo é menor que a da Bahia governada pelo PT

Você há de perguntar: e São Paulo, que não sai das manchetes de violência policial? Além de ser o Estado com menos assassinatos por 100 mil habitantes, São Paulo é um dos Estados com menor taxa de mortes decorrentes de intervenção policial, apesar de elas terem aumentado de dois anos para cá: 1,1. Obviamente, ninguém está livre de ser morto, seja por bandidos ou por policiais, em um Estado considerado mais seguro. O risco só é menor.

Não estou aqui para diminuir culpas e responsabilidades e relativizar assassinatos, que fique bem claro. A questão é saber por que a polícia sanguinária da Bahia governada pelo PT causa menos indignação do que a polícia sanguinária, embora muito menos, da São Paulo governada por Tarcísio de Freitas. E por que não se cobra nacionalmente a mesma competência em segurança dos governos de cada Estado. Quando se cobra, a autoridade se move, e o próprio Tarcísio se viu obrigado a reconhecer os abusos da polícia estadual.

Será que vida de baiano vale menos do que vida de paulista? Existiria uma taxa de conversão que faz, por exemplo, que uma morte por intervenção policial em São Paulo equivalha a 12 na Bahia?

Quem der a resposta correta ganha um prêmio de jornalismo.

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