Sob comando de petista, IBGE é alvo de denúncias de assédio moral

Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) alegam sofrer retaliação e assédio moral. O órgão é presidido por Marcio Pochmann, que é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). 

Ao menos 11 técnicos da Gerência de Sistematização de Conteúdos Informacionais (Gedi) denunciam decisões administrativas que consideram injustificadas.

Um documento, que circula desde a última quarta-feira, 26, relata que a coordenação do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI) do IBGE decidiu transferir algumas unidades, incluindo o Gedi, para Parada de Lucas, na zona norte do Rio de Janeiro.

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A justificativa seria a necessidade de proximidade com os serviços gráficos. Os servidores, no entanto, contestam a decisão. Eles argumentam que suas funções são mais ligadas a atividades digitais e de edição.

Preocupações com segurança na nova localização

Parada de Lucas é uma área cercada por comunidades com forte presença do crime organizado, como o Complexo de Israel. Isso aumenta as preocupações dos servidores com a segurança no local.

Eles ainda destacam que a mudança afetaria 12 funcionários efetivos, que operam no Maracanã, também na zona norte carioca, desde a década de 1990, quando foi criado o CDDI. Esses trabalhadores desempenham funções na documentação e edição de trabalhos do instituto.

O documento sugere que a motivação para a transferência pode ser retaliação por críticas à gestão de Pochmann. Os servidores denunciaram uma publicação do IBGE que continha propaganda política do governo de Pernambuco, o que contraria as diretrizes do instituto.

Desde setembro do ano passado, o IBGE enfrenta uma crise interna. Pochmann afirmou que a entidade passa por uma “transformação importante, nem sempre bem compreendida”. Em várias ocasiões, a presidência negou as alegações e afirmou ser alvo de “mentiras”.

Política de gestão no IBGE

Em junho de 2024, o IBGE anunciou que a unidade de Parada de Lucas receberia a agência de São João de Meriti, município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com o objetivo de reduzir custos com aluguéis.

Os servidores ainda afirmam que, apesar de suas expertises em tarefas digitais, não há justificativa para a proximidade com serviços gráficos. Eles defendem que a logística proposta é incoerente, especialmente ao considerar a segurança e o histórico da região de Parada de Lucas.

A gestão de Marcio Pochmann

Organizações expressaram preocupações com o IBGE, em virtude da crise que o instituto enfrenta há seis meses.

É o caso, por exemplo, da seção no Brasil da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional. Em publicação no X, a ONG afirmou que o líder petista “pode descredibilizar uma instituição respeitada internacionalmente”.

A Transparência Internacional ainda destacou que “é extremamente preocupante que o atual presidente possa colocar essa credibilidade em risco”.

Pochmann tem sofrido críticas até da imprensa. Em editorial, o jornal O Globo criticou a maneira ideológica com que o economista do PT conduz o IBGE. Além disso, alguns petistas também têm criticado o presidente do instituto.

Presidente do IBGE, Marcio Pochmann | Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
Presidente do IBGE, Marcio Pochmann | Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

Em 2012 e 2016, Pochmann tentou concorrer à Prefeitura de Campinas (SP), mas foi derrotado nas urnas. Em 2018, tentou ser candidato a deputado federal por São Paulo, mas novamente não se elegeu. As três candidaturas ocorreram pelo PT.

Pochmann comanda o IBGE desde agosto de 2023. Para o posto, ele foi escolha pessoal do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

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