Tarcísio sobe a meta de privatizações para São Paulo em R$ 100 bilhões

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou uma ampliação da meta de privatizações e concessões para o Estado, de R$ 400 bilhões para R$ 500 bilhões. O objetivo é realizar 25 leilões e assinaturas de contratos até o fim do mandato, em dezembro de 2026.

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Até o momento, o governo paulista já garantiu R$ 340 bilhões, e o reajuste decorre da superação de expectativas nesses projetos anteriores, como a privatização da Sabesp. A decisão já foi comunicada à equipe da Secretaria de Parcerias e Investimentos, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, em coluna publicada nesta segunda-feira, 11. 

O cronograma de concessões de Tarcísio

A lista de projetos já qualificados para concessão abrange os segmentos rodovias, mobilidade urbana, água e energia, além de iniciativas na área social. Os próximos leilões incluem a Rodovia Nova Raposo, marcado para 28 de novembro, e o projeto Alto Tietê Trens Urbanos, previsto para o final de março. 

Rodovias, trens, metrôs e piscinões estão na agenda do governador de São Paulo. Tarcísio, que ficou famoso nas redes sociais pelas marteladas nas cerimônias de leilão, também quer privatizar a infraestrutura de escolas, o centro administrativo estadual, parques, loterias, e até a Fundação Casa, o centro de internação do Estado para menores infratores.

Dentre os parques, o Parque da Juventude, na zona norte paulista, o Parque Ecológico da Guarapiranga, na zona sul da cidade de São Paulo, e o Parque Ecológico Tietê, na zona leste, serão leiloados para a iniciativa privada.

Desdobramentos políticos das privatizações

A agenda de privatizações e concessões tem sido um dos principais focos de Tarcísio de Freitas. Ex-ministro de Infraestrutura do governo Bolsonaro, ele trouxe o tema como  bandeira eleitoral de destaque na sua campanha para governador, em 2022. 

Partidos de esquerda questionam os impactos sociais das privatizações. No entanto, a pauta aparentemente tem ganhado adesão da sociedade brasileira. 

Em 2023, uma pesquisa do Datafolha revelou que 38% da população brasileira apoia a privatização de empresas estatais. Um aumento considerável em relação a 2017, quando o apoio era de apenas 20%. 

“Essa pesquisa foi realizada, no entanto, antes dos apagões da Enel na capital paulista, que podem ter mudado a percepção no Estado sobre as privatizações”, diz Luciana Chong, diretora do Instituto Datafolha. “Além disso, as concessões de projetos em áreas mais próximas da vida das pessoas, como escolas ou cemitérios, são apostas arriscadas, porque os custos aumentam rápido e os benefícios só vem no longo prazo.”

A privatização de serviços funerários gerou protestos de adversários durante a campanha de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), sob alegação de encarecimento dos serviços.

Tarcísio aumenta meta de privatizações, a despeito de protestos
A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo fizeram a segurança do prédio da Bolsa de Valores (B3) durante o Leilão do Lote Oeste de parcerias público-privadas (PPP) de novas escolas, em 29 de outubro | Foto: Reprodução/Agência Brasil

Organizados por partidos e entidades ligadas à esquerda, protestos contra a privatização de serviços essenciais, como a infraestrutura das escolas estaduais, já necessitaram da intervenção da Polícia Militar para conter os manifestantes. 

Já o governo paulista defende que as concessões na área educacional limitem-se à construção e manutenção dos prédios, sem interferir na parte pedagógica, a qual permanece sob responsabilidade da Secretaria de Educação.

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