Um sonho febril me arrebatava com tigo mulher arde… Raimundo Santana
Um sonho febril me arrebatava com tigo mulher ardente, onde teus lábios percorriam minha pele como uma chama viva, dançando em silêncio, acendendo cada sombra adormecida em mim.
Tua nudez — luz que atravessa a escuridão — guiava meus sentidos, entregando-se sem temor ao magnetismo que nos consumia.
A cada toque, um incêndio;
a cada suspiro, um abismo se abria.
Era um fascínio insano, doce e selvagem, onde teu corpo se moldava ao meu como se já tivesse nascido para caber ali.
Segredos antes escondidos brotavam entre nós, desejos ancestrais se revelavam, e tua presença invadia minha alma com a força crua de uma paixão sem máscaras.
Naquela entrega total, éramos um só ser pulsando no mesmo ritmo,
e o mundo, acuado pelo nosso fogo, simplesmente desaparecia.
Restava apenas o êxtase — voraz, profundo, infinito —
um desejo que não acaba, apenas se reinventa.