Feridas superficiais na pele podem causar alterações no intestino

Experimentos conduzidos por uma equipe de dermatologistas da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, mostraram que danos superficiais à pele são capazes de provocar alterações nas bactérias do intestino, desequilibrando suas defesas e alterando a composição do microbioma intestinal. O estudo foi publicado na revista Nature Communications.

Entenda:

Dermatologistas descobriram que danos superficiais à pele podem provocar alterações intestinais;

A equipe fez incisões de 1,5 cm na pele de camundongos e, depois, comparou as fezes dos animais com as de outro grupo de cobaias;

Foi observado que os ratos feridos apresentavam mais bactérias causadoras de doenças do que benéficas;

Outro grupo recebeu transplantes fecais dos camundongos feridos, e os médicos viram que a suscetibilidade a doenças foi transferida junto com o microbioma intestinal;

Pesquisas com humanos devem ser feitas para confirmar a descoberta;

O estudo foi publicado na revista Nature Communications.

(Imagem: Shutterstock/DudnikPhoto)

Além de órgãos que entram em contato direto com o mundo “externo”, outros órgãos – como o intestino e os pulmões – também possuem barreiras para definir e proteger as fronteiras do corpo, impedindo o crescimento excessivo de micróbios – sejam eles benéficos ou intrusos indesejados, como vermes sanguíneos e fungos.

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Durante os experimentos para comprovar a hipótese, a equipe fez incisões de 1,5 cm na pele de camundongos. Em seguida, eles compararam as fezes das cobaias com as de outro grupo de camundongos para analisar seus microbiomas intestinais. Os cientistas observaram que os ratos feridos apresentavam mais bactérias causadoras de doenças e menos bactérias benéficas – sinais de que a microflora sofreu alterações significativas.

(Imagem: New Africa / Shutterstock)

Posteriormente, outros camundongos receberam transplantes fecais das cobaias com feridas na pele que haviam desenvolvido colite. A equipe observou que a suscetibilidade à doença foi transferida junto com o microbioma intestinal.

“Estudos anteriores observaram disbiose no microbioma intestinal de indivíduos com doenças dermatológicas inflamatórias; presumia-se que os micróbios no intestino influenciavam a pele”, escreveram os dermatologistas no estudo. Pesquisas com humanos devem ser realizadas para confirmar a descoberta, que, como destaca a equipe, “fornece uma explicação inesperada para a associação entre doenças de pele e intestinais em humanos”.

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