Merama levanta US$ 80 milhões em crédito com o JP Morgan
A Merama – uma holding de marcas nativas digitais na América Latina – acaba de anunciar que levantou US$ 80 milhões em uma dívida de cinco anos com o JP Morgan.
O CEO e co-fundador Felipe Delgado disse ao Brazil Journal que os recursos serão usados para o refinanciamento de dívidas existentes e na maximização do crescimento orgânico. A Merama também está de olho em algumas oportunidades de M&A.
A empresa não divulgou as condições do empréstimo e nem as garantias dadas.
A Merama foi fundada em 2021 pelos mexicanos Delgado e Sujay Tyle e os brasileiros Renato Andrade e Guilherme Nosralla para ser uma consolidadora em marcas nativas digitais – conhecidas como DNVBs.
A tese logo atraiu o interesse de grandes fundos. Em seu ano de estreia, a empresa levantou US$ 445 milhões em Séries A e B com nomes como Softbank, Advent, Globo Ventures, Monashees e Valor Capital. Em dezembro de 2021, a Merama chegou a um valuation de US$ 1,2 bilhão.
No ano passado, a empresa faturou US$ 600 milhões contando todo o seu portfólio de marcas, e teve um EBITDA de US$ 100 milhões, segundo Delgado. No primeiro tri deste ano, o EBITDA foi 150% maior que no mesmo período do ano passado, disse o executivo sem abrir os valores.
No México, a companhia tem marcas como a Bebesit (de artigos para bebês), o Mundo In (de móveis para escritório) e a Avera (de eletrodomésticos). No Brasil, a empresa tem a Océane, uma marca de beleza e higiene.
A linha de crédito com o JP Morgan é o primeiro aporte na companhia desde 2021 e vem num momento de liquidez reduzida para as startups. Delgado disse que a empresa não precisará de mais capital no futuro próximo.
“Temos recursos suficientes para continuar nessa trajetória de crescimento e somos rentáveis,” disse.
Mas o JP Morgan está mesmo de olho no IPO da Merama. Uma fonte a par da transação afirma que a concessão de crédito faz parte de um esforço do JP Morgan de conseguir mandatos de IPOs de startups.
No ano passado, aproveitando o colapso do Silicon Valley Bank, o banco americano contratou uma série de bankers para atender startups.
“Existe uma série de startups de grandes fundos que estão ‘IPO ready’ e o JP Morgan está em conversas,” disse essa fonte.
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