Papiros que sobreviveram a erupção de vulcão revelam local da sepultura do Platão

O filósofo e matemático grego Platão é um dos principais nomes da história da evolução científica. Ele viveu em Atenas entre os séculos V e IV a.C. No entanto, o local de sua sepultura é desconhecido até hoje. O que pode mudar com a descoberta de textos antigos.

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Sepultura de Platão

Pesquisadores da Universidade de Pisa, na Itália, localizaram papiros em um sítio arqueológico de Herculano, no sul do território italiano. Os textos são considerados valiosos uma vez que apontam o suposto local exato da sepultura de Platão.

Segundo os documentos, um dos maiores pensadores da Antiguidade foi sepultado em um jardim da Academia de Atenas (ou Academia de Platão), considerada a primeira universidade do mundo ocidental e destruída pelo ditador romano Sula em 86 a.C. O túmulo ficava ao lado do chamado “Museion”, espaço sagrado dedicado às musas da mitologia grega.

Essas informações fazem parte dos chamados “Papiros de Herculano”, conjunto de mais de 1,8 mil rolos de pergaminhos descobertos no século XVIII na Vila dos Papiros, situada na antiga cidade romana de Herculano. O local foi destruído na erupção do vulcão Vesúvio, que também devastou a vizinha Pompeia no ano de 79 d.C.

Textos antigos sobreviveram a erupção do Vesúvio (Imagem: Clive Kim/Pexels)

Papiros “grudados” escondiam informações valiosas

A descoberta do local de sepultamento só foi possível após a identificação do conteúdo que aparecia escondido em camadas múltiplas que permaneciam grudadas desde o desenrolamento dos papiros.

Segundo os pesquisadores, as camadas múltiplas representam um problema dramático para a leitura de quase todos os pergaminhos que foram desenrolados, aproximadamente 1.560 dos 1.840 que sobreviveram à erupção do Vesúvio.

Essas estratificações distorcem grande parte dos textos, impossibilitando a melhor compreensão.

Mas agora, através de duas técnicas inovadoras (tomografia de coerência ótica e imagem hiperespectral no infravermelho) foi possível ter acesso a todas as informações dos textos antigos.

O trabalho foi financiado pelo Conselho Europeu de Pesquisa (ERC).

Além do local de sepultamento de Platão, o material indica que o pensador foi vendido como escravo na ilha de Egina em 404 a.C., quanto os espartanos conquistaram a região, ou em 399 a.C., logo após a morte de Sócrates.

Até agora, acreditava-se que o filósofo havia sido escravizado somente em 387 a.C., durante sua estadia na corte de Dionísio 1º na Sicília.

As informações são do UOL.

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